sábado, 17 de setembro de 2011

OFICINA DE TEATRO DO OPRIMIDO

O Teatro do Oprimido é um Método Estético que reúne Exercícios, Jogos e Técnicas Teatrais que objetivam a desmecanização física e intelectual de seus participantes e a democratização do teatro, estabelecendo condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e amplie suas possibilidades de expressão, estabelecendo uma comunicação direta, ativa e propositiva entre espectadores e atores.

 O primeiro Método Teatral elaborado no Hemisfério Sul (Brasil e América Latina), idealizado por Augusto Boal, o Teatro do Oprimido além de fácil de ser ensinado e aprendido, pode ser praticado em quase todos os espaços, sem exigências técnicas sofisticadas e a baixo custo.

 Entre as técnicas do Teatro do Oprimido, a mais praticada em todo o mundo é o Teatro-Fórum, um espetáculo baseado em fatos reais, no qual personagens oprimidos e opressores entram em conflito de forma clara e objetiva, na defesa de seus interesses. Nesse confronto, o oprimido fracassa e o público é convidado a entrar em cena, substituir o protagonista (oprimido) e buscar alternativas para o problema encenado.


Contudo, há também outras formas de atuação do método: o Teatro Imagem, no qual de dispensa o uso da palavra para que se possa desenvolver outras formas perceptivas; o Teatro Jornal, que abrange doze técnicas de transformação de textos jornalísticos em cenas teatrais, consiste na combinação de Imagens e Palavras revelando, naquelas, significados que, nestas, se ocultam; o Teatro Invisível, onde provoca-se a interpretação da ficção na realidade e da realidade na ficção, encenando um conflito em qualquer lugar (praça, supermercado, ônibus, restaurante, etc.) sem que as pessoas presentes tenham consciência de sua condição de espectadores, podendo todos os presentes intervir a qualquer momento na busca de soluções para os problemas tratados; o Teatro Legislativo, que é um conjunto de procedimentos que misturam o Teatro-Fórum e os rituais convencionais de uma Câmara ou Assembléia, com o objetivo de se chegar a projetos de Lei coerentes e viáveis; as Ações Diretas, que consistem em teatralizar manifestações de protesto, marchas de camponeses, procissões laicas, concentrações operárias, comícios de ruas, etc; o Arco-Íris do Desejo, técnicas introspectivas que usam a palavra e, sobretudo, imagens, para teatralizar as opressões introjetadas, objetivando mostrar que elas guardam íntima relação com a vida social; a Estética do Oprimido busca desenvolver, aos que o praticam, a sua capacidade de perceber o mundo através de todas as artes e não apenas do teatro, utilizando a pintura, a poesia, a música, etc.

O Teatro do Oprimido, em toda as suas formas, busca sempre a transformação da sociedade, no sentido da libertação dos oprimidos. É a ação em si mesmo, e é a preparação para ações futuras.

Ele busca não apenas conhecer a realidade, mas transformá-la ao desejo dos oprimidos; como diz Augusto Boal, o Teatro do Oprimido não é a revolução em si, mas é com certeza um ensaio da revolução.




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