terça-feira, 11 de outubro de 2011

Produtos da nossa DEMOCOM 2011

As oficinas foram um sucesso em nossa I Semana DEMOCOM.
Oficina de Teatro do Oprimido, Rádio, Roteiro para vídeo de Um Minuto e a de Pixilation.
Esta que trouxe várias experiências para quem participou.
Agradecemos a todos facilitadores e oficineiros pela construção da DEMOCOM.

Confira os vídeos da Oficina de Pixilation e para ver as fotos das outras oficinas vejam no facebook http://www.facebook.com/#!/profile.php?id=100002914036590

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Mesa discute banda larga e direito autoral na internet


Na última conferência da I Semana DEMOCOM, “Democratização da Internet e Banda Larga” foram discutidas questões referentes ao universo da Internet que influem diretamente para uma comunicação democrática. Os palestrantes foram a professora Maíra Nunes, do curso de Educomunicação da UFCG e Antônio Everaldo, coordenador de informática da UEPB. A mesa foi mediada pela Professora Adriana Alves, do DECOM/UEPB.
                A professora Maíra fez um panorama sobre a discussão dos direitos autorais de cópias na atualidade. Ela explicou que durante o mandato de Gilberto Gil, no Ministério da Cultura houve um intenso diálogo nessa área pela adoção e incentivo a questão do uso dos arquivos digitais trocados na Internet. O copyleft seriam as regulamentações de autorizações de cópia pelo o autor de uma música, livro, etc; onde ficam expressas que tipo de uso poderia ser feito com o conteúdo. É uma espécie mais flexível entre o produtor do conteúdo e o utilizador. Ela ponderou que a lei de copyright, proibindo integralmente o uso do conteúdo, deve ser mais discutida, pois estaria assim criminalizando o consumo da informação digital.
                Para finalizar a Professora deixou um questionamento sobre a democratização da comunicação. Ela refletiu se isto é plenamente possível ou seria utópico. E, citando uma fala de Eduardo Galeano no programa Sangue Latino, concluiu que se for o segundo caso, então isto é o que faz a sociedade caminhar para uma comunicação melhor.
                Em seguida foi a vez de Antônio Everaldo palestrar acerca de informações relativas às condições da banda larga no Brasil. Este termo designa uma faixa de conexão à Internet, que poderia viabilizar o acesso a vídeos, televisões comunitárias on-line e diversas outras formas de comunicação e transmissão de informações de grande tamanho. Ele explanou dados do próprio governo federal, onde mostra-se as características precárias da rede no país. Segundo Antônio, a banda larga é cara, as condições do acesso são regionalmente desiguais e a infraestrutura fica ao comando da iniciativa privada. Citando apenas um dado apresentado, ele comparou o preço médio da banda larga no Brasil e em outros países. No Japão, custa 27 centavos de dólar por mês para acessar uma banda larga de grande velocidade, no Canadá é cerca de 5 dólares e em São Paulo, a média é 78 reais.
Ele falou ainda sobre o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que está para ser lançado pelo governo federal. É oferecido um serviço com velocidade máxima de 1 Mbps (Megabyte por segundo) ao custo de 35 reais, com garantia mínima de 20% da velocidade e um limite de download de 300 MB por mês. Segundo Antônio, isto é insuficiente e relega a sociedade brasileira ao atraso por não dar reais condições de acesso em banda larga. Para ele, o governo brasileiro deveria tornar o acesso a Internet um serviço essencial à sociedade e fornecer inicialmente velocidade mínima de 2 Mbps. Ele se mostrou inconformado com o fato do governo federal não ter tomado a iniciativa de criar sua própria rede para fornecimento do serviço e questionou o fato do plano não estar incluído no Programa de Aceleração do Crescimento. Segundo o coordenador, já existe uma rede nacional subutilizada pelas grandes estatais, como as companhias energéticas. Ele acredita que esta poderia servir para começar um projeto de compromisso com a universalização da internet de alta velocidade.
Seguindo sua apresentação, Antônio Everaldo citou o caso do estado do Ceará que criou a sua própria rede de banda larga. Isto permitiu ao governo local controlar os grandes gastos que haviam anteriormente com empresas privadas e fornecer à diversas instituições do estado um acesso rápido nos seus terminais.
Falou ainda da estrutura da Rede de banda larga da UEPB, em Campina Grande. Segundo ele, tem-se acesso na universidade a uma rede adequada apenas a alguns centros da universidade. Por isso, necessita ter seu tráfego controlado para que seja dividido com campus de outras localidades.
Encerrando a apresentação ele acredita que com as atuais definições e medidas adotadas pelo governo federal não haverá uma inclusão, mas uma divisão digital, onde só as pessoas que puderem pagar pelo serviço terão acesso eficaz à internet.

                Respostas à platéia e Indicação de evento
                A professora Maíra respondeu dúvidas da platéia afirmando que não existe nenhum grupo no curso em que leciona na UFCG, que esteja relacionado à comunicação na internet, mas aprovou e elogiou a sugestão. Ela também respondeu que a regulamentação dos programas televisivos pode trazer benefícios para a sociedade. E ainda elogiou as medidas governamentais recentes de regulamentação, como a classificação de horários de exibição na TV. Segundo ela, há um hábito dos grupos opositores a estes benefícios, de sempre taxar estas medidas como censura. Ela também elogiou os incentivos dados a difusão do conceito de copyleft tomadas no Ministério da Cultura, durante a gestão de Gilberto Gil.
                Já o coordenador de informática Antônio Everaldo enfatizou ainda que já está ocorrendo na banda larga brasileira o problema do congestionamento no acesso, antes mesmo da massificação do serviço. Ele alertou a platéia, composta de muitos estudantes de comunicação, que se comprometessem em noticiar estes dados alarmantes à sociedade. Fez também um apelo para que acompanhassem o I Fórum da Internet no Brasil, a ser realizado em São Paulo e ficassem atentos a discussão que está acontecendo sobre o marco civil da Internet.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Mesa o papel social da propaganda

 Vocês devem ter reparado na nova campanha feita pelo facebook de trocar a sua foto do perfil por um desenho animado que marcou sua infância sendo forma de protesto, contra a violência infantil, não deixando de ser uma ferramenta de publicidade. Será que essa é uma forma de publicidade com responsabilidade social?

As campanhas de cerveja, roupas, carros, brinquedos, enfim, que pregam ter a transparência e responsabilidade social em suas propagandas, realmente possuem? Endeusar ou Demonizar os produtos publicitários?


Propaganda da BENNETON

Essas foram indagações do segundo dia da I Semana Democratização da Comunicação UEPB e UFCG que aconteceu no dia 06 de outubro no Museu de Artes Assis Chateaubriand da UEPB. A mesa composta pelas professoras Adriana Rodrigues (CESREI), Raija Almeida (UFCG), o publicitário Danylo Almeida e mediado pelo professor da UEPB Emerson Saraiva, provocaram um debate estimulante sobre essa forma de comunicação.
A publicidade e sua matéria prima à linguagem foram identificada e exemplificada em vários sentidos, mostrando os silêncios que há entre a imagem e o discurso pela professora Adriana Rodrigues. Esse discurso é articulado de forma que a identidade de uma empresa seja construída- fazer com que se acredite nisso- a partir desse seu “papel social” seja interpretado e aceitado pelas pessoas.
Tocando na ferida desse repensar a publicidade, veio o Danylo Almeida trazendo o exemplo da marca AREZZO que lançou a linha de produtos de pele de animais e que sofreu formas de protesto contra essa atitude por parte das pessoas via internet, principalmente. Isso nos faz refletir, até onde uma marca vai para vender o seu produto respeitando a verdadeira responsabilidade social?
E apimentando o debate a professora Raija Almeida fez a provocação que chamou “A ponta do Iceberg”, “De que ao se perder tempo discutindo o fim das propagandas de cigarro, ninguém falava dos milhões e milhões de incentivos que o próprio governo cedeu e ainda cede para a indústria tabagista. Quem incentivou mais? E ainda quando se discute o incentivo ao consumo, não se discute as carências básicas da população que o Estado tem a obrigação de oferecer.
Mais do que sair culpando os produtos publicitários, o debate da mesa trouxe a tona novos olhares para reconhecermos o papel da comunicação, sendo contribuidora do processo da educação para contribuir acima de tudo de sua responsabilidade social.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Mesa discute caminhos democráticos para a Comunicação

Logo após a abertura do evento foi realizada a mesa redonda “Democratização e Educomunicação”, dentro da programação da I Semana DEMOCOM. A mesa discutiu e mostrou alternativas para a democratização da mídia e foi composta pela professora Dra. Sandra Raquew, da UFCG, pelo jornalista Rafael Freire, representante do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba e mediada pela professora Dra. Robéria Nádia, do DECOM/UEPB.


Mesa: Educomunicação o Caminho para a Democratização dos meios

Em sua fala, a professora Sandra Raquew, solidarizando com o discurso de abertura do Pró-Reitor Rangel Júnior, destacou a contradição de uma instituição pública de ensino ter tanta dificuldade de obter um serviço de radiodifusão.

Ela refletiu sobre o problema da formação do estudante de Comunicação no sentido de distanciar-se da realidade circundante, que seria reflexo do afastamento entre academia e sociedade. Sandra enfatiza que é necessário uma maior atenção para a práxis no ensino universitário.

Sobre a comunicação, ela acredita que não se deve demonizar os grandes conglomerados de comunicação existentes no Brasil, mas citou que atualmente vive-se um contexto totalizante onde há uma dificuldade de expressão das opiniões em sua diversidade. Para Sandra, é necessário observar e buscar o direito humano à comunicação e que vários grupos atuantes no Brasil e também na Paraíba perseguem este objetivo.


Sandra Raquew (UFCG)
Ao final, a professora destacou ainda que: “há uma apatia dos estudantes de Comunicação de pensar o espaço político em que estão inseridos”, e isto influenciaria diretamente na atividade profissional do jornalista. Ela destacou a importância de observar essa característica, que perpassa a desobrigação do diploma de Jornalismo para exercer a profissão.

Em seguida, Rafael Freire, jornalista e futuro presidente (a ser empossado) do Sindicato de Jornalistas da Paraíba, falou sobre a importância de democratizar a sociedade para que haja a democratização da comunicação e elogiou o fato de se realizar um evento neste sentido, assim como ele havia promovido tantos enquanto era estudante da Universidade Federal da Paraíba. Ele destaca que a Universidade é o espaço apropriado para ocorrer esse debate, a fim de influenciar na democratização da sociedade.

Segundo Rafael, são cerca de 10 grupos que concentram a mídia no Brasil, e que para estes ela tem servido como instrumento de poder. Para ele, mesmo com a grande produção de comunicação individual na internet, não é possível suplantar todo esse poderio midiático, necessitando de um envolvimento político dos estudantes e sindicatos de Jornalismo.

Ele lembrou ainda da participação direta que teve como delegado na I Conferência Nacional de Comunicação. Lá, o jornalista cita que viu de forma “palpável” o enfrentamento direto na votação das propostas entre os grupos ligados à sociedade organizada contra o interesse dos grandes grupos midiáticos. Lembrou ainda da pouca divulgação que está ocorrendo acerca da consulta pública para um marco regulatório, realizada através do site do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação.

O que se Vê na Mídia por ai...

Os dois palestrantes falaram de dois exemplos emblemáticos para contextualizar a atual situação na Comunicação no Brasil. Rafael Freire trouxe o exemplo de programas policialescos televisivos no Nordeste que distorcem o propósito do Jornalismo e que se alimentam da degradação do ser humano.

Ele cita o caso de um apresentador televisivo de Campina Grande que se auto-intitulou jornalista, mas que em um debate em que esteve participando da mesa o próprio ameaçou rasgar o código de Ética do Jornalista Brasileiro. O código traz compromissos do profissional com o Jornalismo Público.

Já a professora Sandra Raquew lembrou o caso de um programa nacional de caráter diversional da TV Bandeirantes, em que o humorista causou polêmica nacional pelo teor humanamente questionável de suas piadas. O humorista ofendeu uma cantora de grande fama, como mulher, o que teria causado a determinação de uma punição da emissora ao profissional. A medida foi apropriada, na opinião da professora. Porém, Sandra lembra que  meses atrás, outra piada no mesmo programa havia ofendido as mulheres de um modo geral e nada foi feito pela emissora.

     Interação com a platéia e alternativas para uma mídia democrática.

O jornalista Rafael Freire respondeu perguntas e concordou com a colocação da mediadora Robéria Nádia, que não se deve tiranizar a mídia. Porém, ressaltou que os meios de comunicação devem ter compromisso com o interesse público e lembrou que a formação universitária do jornalista representa um fato de resistência contra más práticas na mídia.
Rafael Freire


Lembrou que atualmente os profissionais formados em Educomunicação não possuem representação sindical pelo sindicato dos jornalistas. Ele lembrou também de sua experiência no jornal independente “A verdade”, em que participa como editor. Rafael afirma que para realizar este jornal vendido a preço popular, exige-se bastante compromisso pessoal, mas que é necessário insistir para fornecer uma visão mais plural para o jornalismo.

A professora Sandra Raquew, citando Paulo Freire, enfatizou que a Educomunicação não é uma forma de “salvação da humanidade”, mas pode ser um lugar onde haja o estudo de práticas comunicacionais transversalmente com a pedagogia, que contribui para a democratização da comunicação.

Ela comentou ainda que o conceito de jornalismo alternativo hoje é diferente de outras épocas, como por exemplo na década de 60, em plena ditadura militar. Para a professora, é necessário que as pessoas enfrentem os desafios e criem coragem para fazer uma comunicação independente.

Ela informou que se realizará na UFCG, um curso sobre regulamentação da mídia, com Venício Lima. Sandra Raquew citou outra contribuição, agora sobre um exemplo de rádio comunitária, que conheceu no sul do Chile. A professora destacou que diferentemente da visão precária que se tem das rádios comunitárias aqui no Nordeste, o empreendimento era bem diferente. Bem estruturado, com bons equipamentos e profissionais vivendo daquele modelo, ela enfatizou com este exemplo que é possível criar uma comunicação sustentável, democrática e de grande qualidade e importância para a sociedade.


I Semana DEMOCOM é iniciada no Museu de Artes Assis Chateaubriand

Iniciou-se esta manhã a I Semana DEMOCOM, com o tema: “Educomunicação: O caminho para a democratização da Comunicação”. A cerimônia de abertura realizada por volta das 9 horas, no Museu Assis Chateaubriand, teve a presença do pró-reitor de Planejamento da UEPB, Rangel Júnior, representante da Reitora Marlene Alves.

Rangel parabenizou a iniciativa dos estudantes envolvidos no evento, representados pelos Centros Acadêmicos de Jornalismo, da UEPB e de Educomunicação, da UFCG. Ele atentou para o fato de que a democratização da mídia não interessa apenas aos profissionais da comunicação, mas a toda a sociedade.

Segundo o pró-reitor, a UEPB incentiva a democratização da comunicação e informou que enviou um ofício ao Ministério das Comunicações solicitando uma concessão de rádio para a universidade. Este é um desejo antigo da UEPB desde o mandato do reitor Itan Pereira, que já havia solicitado em sua época. Ele enfatiza que apenas por interesses políticos contrários, a Universidade não pôde previamente fornecer à sociedade um serviço de radiodifusão.



Oficina de animação ensina pixilation gratuitamente a estudantes

Thiago Marques
A técnica é antiga, mas o acesso a forma de produção em vídeo do stop motion ainda é um dos mais caros do país e foi de olho nesse cenário que 19 estudantes não pensaram duas vezes antes de agarrar a oportunidade de conhecer e produzir cinema de animação, em pixilation, oferecida pela Semana de Democratização da Comunicação 2011 na Paraíba, o Democom, nessa tarde, no Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande.
No primeiro encontro, estudantes de jornalismo e publicidade e propaganda conheceram os princípios de criação do stop motion e aprenderam conceitos básicos de movimento no Movie Maker, programa de edição de vídeo do Windows. “O objetivo é mostrar o processo de produção de animação aplicada ao pixilation”, afirma João de Lima Neto, ministrante da oficina e professor de desenho e cinema de animação na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
Quem participa da oficina se diz satisfeito. “Foi uma aula interativa. Antes não sabia como o stop motion era produzido, aqui tive a oportunidade de conhecer”, revela Érik Kleiver, estudante de jornalismo. Já Adelino Silva, estudante de publicidade e propaganda conta que a oficina superou suas expectativas e que sempre participa dos eventos promovidos pelo Departamento de Comunicação da UEPB por considerá-los importantes para a capacitação dos alunos.
O pixilation é uma técnica de animação em stop motion que utiliza fotografias de atores vivos ou objetos reais na composição de uma sequência animada. Será esta a tarefa dos quatro grupos formados nessa tarde. João Neto diz que os grupos irão contar uma história e montá-la utilizando a técnica na próxima sexta-feira.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Cineclube Especial na DEMOCOM


Confira a resenha elaborada especialmente para o nosso Cineclube Especial no dia 06 de Outubro de 2011 no Departamento de Comunicação Social- DECOM a partir das 14h.

Por Alisson Callado

A Montanha dos Sete Abutres (Ace in the Hole)
Direção: Billy Wilder
Elenco: Kirk Douglas, Jan Sterling, Robert Arthur e Porter Hall
Ano: 1951
Genero: Drama, Suspense


Chuck Tatum (Kirk Douglas) não ostenta mais a glória de antigamente. Demitido de seu antigo jornal por má-conduta ética, ele vai tentar a vida novamente como jornalista num pequeno periódico de uma pequena cidade perdida nos confins do oeste norte-americano. Inquieto como todo bom jornalista, Tatum também preserva em seu âmago o lado ruim dessa ânsia pelo seu trabalho, ou seja, a falta de escrúpulos. “Se não houver notícias, eu vou lá fora e mordo um cachorro”, afirma sem pudor ao seu novo patrão. Tatum simplesmente ignora o fato de que notícias não são somente mercadorias.

Contudo, Tatum não quer a glória do anonimato numa pequena cidade, ele quer voltar ao panteão dos Grandes da imprensa. Mas como conseguir isso numa pacata cidade aonde nada acontece?

Até que um dia...

Minosa (Richard Benedict), um caçador de relíquias indígenas fica preso na tal montanha do título e o fato chega aos ouvidos sempre atentos do intrépido Tatum. Vendo na situação uma oportunidade de ouro, Tatum segue até o local e de forma dissimulada vai aos poucos manipulando a situação e todos a sua volta para ficar no controle geral do fato, monopolizando-o para si. Servindo, então, como porta-voz do soterrado Minosa entre a imprensa e a equipe de segurança adiando de forma obliqua o resgate, transformando tudo num grande carnaval sensacionalista que está prestes a fugir do controle.

Não só a imprensa está fazendo a festa com a situação e a demora do resgate, mas também as pessoas se aproveitam do ocorrido para sair lucrando com isto, vendendo suas mercadorias no local. O que, ironicamente, acabam aceitando a notícia como simples mercadoria. No seu conceituado livro “Showrnalismo”, José Arbex Jr. analisou essa tendência de a imprensa transformar tudo em um grande espetáculo, atingindo o espírito do público e das empresas que aproveitavam para lucrar com o ocorrido de alguma forma. O fator humanista simplesmente é posto de lado.

Comparando com um caso recente de sensacionalismo midiático que tomou conta das redações, pode-se usar como exemplo os mineiros chilenos que por meses ficaram soterrados. No dia que emergiram à terra, várias empresas brindaram os mineiros com férias na Disney, viagens com tudo pago para o Hawaii, além de aplicativos para iPhones que estavam sendo vendidos despudoradamente independente de como estava a situação psicológica dos mineiros. Alguns podem alegar que foi um presente de boas-vindas, mas a lógica do marketing estava intensamente trabalhando por trás a fim de promover à marca a custa dos mineiros.

Anos mais tarde Wilder resolveu relançar o filme com outro título que ele achou mais apropriado para a situação, então reentitulado como The Big Carnival.

Certa vez ao tentar definir o espírito do jornalista, sarcasticamente, como é de seu feitio, Millôr Fernandes ratificou que “o jornalista é como um taxista: você paga e ele vai aonde você quiser”. A frase pode não se aplicar a todos, como é sabido, mas não faltam exemplos de profissionais que jogam a ética fora, seja por motivos pessoais ou empresariais, simplesmente em busca da fama e sucesso, ao invés dos fatos ou da verdade em si.

Billy Wilder, cineasta e roteirista naturalizado americano, realiza “A Montanha dos Sete Abutres” logo após ter finalizado sua obra-prima “Crepúsculos dos Deuses”, aonde disseca a decadência de uma antiga diva hollywoodiana. Desta vez Wilder aponta seus holofotes para um decadente jornalista que não aprende com os seus erros, até que seja tarde demais. Conhecido por seus roteiros de diálogos recheados de sarcasmo e ironia, o papel cai como uma luva para o falastrão Kirk Douglas disparar seus petardos impunemente, tais quais “Más notícias vendem mais, porque boas notícias não são notícias” e “Uma boa história hoje; Papel de embrulhar peixe amanhã”. Verdades, que infelizmente são realidades, sejam para o bem ou para o mal. O que nos fica a questionar: somos nós, jornalistas, a apelar para o sensacionalismo por má-fé ou o público que nos incentiva a continuar com esse tipo de cobertura? O inferno são os outros ou o buraco é mais embaixo?

A Montanha não é o primeiro filme nem será o último a apontar a falta de ética do jornalismo. Uma década atrás (1941), Orson Wells fez o clássico Cidadão Kane, baseado nas histórias do magnata americano da mídia William Randolph Hearst. Mais tarde o título serviu como mote para o documentário Muito Além do Cidadão Kane, em que abordava a vida e carreira do falecido dono das Organizações Globo Roberto Marinho.

Engraçado lembrar que Karl Marx pode ter se equivocado em muita coisa sobre sua teoria econômica comunista, mas é impossível não citá-lo quando afirmou que “A história se repete duas vezes: a primeira como tragédia e a segunda como farsa”. Vide o caso recente de Rupert Murdoch, outro magnata da mídia envolvido em problemas nada éticos.

Em 1997, Costa-Gavras resolveu fazer uma pífia releitura da Montanha dos Sete Abutres chamada O Quarto Poder (Mad City), mas sem o mesmo resultado do original.

Gostou?

Assista também:

Profissão: Repórter, de Michelangelo Antonioni;
O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus, de Fernando Meirelles;
Repórteres de Guerra, de Steven Miller; Borat, de Sascha Baron Cohen;
O Preço de uma Verdade, de Billy Ray;
Medo e Delírio em Las Vegas, de Terry Gilliam;
Todos os Homens do Presidente, de Alan J. Pakula.


CINECLUBE

O movimento cineclubista no Brasil é considerado como uma das experiências pioneiras para a prática de uma leitura crítica da comunicação.
Na Paraíba, nos anos de 1960 e 1970, foram criados vários cineclubes, que em muito contribuíram para a formação de críticos cinematográficos, cineastas e documentaristas. Depois de uma crise nas atividades cineclubistas, nas últimas décadas, percebe-se uma retomada desse movimento cultural no Brasil.
O Cineclube Machado Bittencourt foi criado em abril de 2006 no Departamento de Comunicação da UEPB e tem como objetivo exibir filmes nacionais e internacionais que estão fora do mercado, produções independentes e clássicas do cinema.
 Através de debates após cada sessão do cineclube, palestras com cineastas, produtores e pessoas envolvidas com o audiovisual, além de ampla divulgação através de cartazes e do twitter (@cinemachado), o cineclube Machado Bittencourt pretende ser espaço de releitura crítica dos filmes exibidos, bem como da própria arte de se fazer cinema na Paraíba e no Brasil.
As sessões acontecem aos sábados, às 16h, no auditório do curso de Administração da UEPB. 

sábado, 17 de setembro de 2011

OFICINA DE TEATRO DO OPRIMIDO

O Teatro do Oprimido é um Método Estético que reúne Exercícios, Jogos e Técnicas Teatrais que objetivam a desmecanização física e intelectual de seus participantes e a democratização do teatro, estabelecendo condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e amplie suas possibilidades de expressão, estabelecendo uma comunicação direta, ativa e propositiva entre espectadores e atores.

 O primeiro Método Teatral elaborado no Hemisfério Sul (Brasil e América Latina), idealizado por Augusto Boal, o Teatro do Oprimido além de fácil de ser ensinado e aprendido, pode ser praticado em quase todos os espaços, sem exigências técnicas sofisticadas e a baixo custo.

 Entre as técnicas do Teatro do Oprimido, a mais praticada em todo o mundo é o Teatro-Fórum, um espetáculo baseado em fatos reais, no qual personagens oprimidos e opressores entram em conflito de forma clara e objetiva, na defesa de seus interesses. Nesse confronto, o oprimido fracassa e o público é convidado a entrar em cena, substituir o protagonista (oprimido) e buscar alternativas para o problema encenado.


Contudo, há também outras formas de atuação do método: o Teatro Imagem, no qual de dispensa o uso da palavra para que se possa desenvolver outras formas perceptivas; o Teatro Jornal, que abrange doze técnicas de transformação de textos jornalísticos em cenas teatrais, consiste na combinação de Imagens e Palavras revelando, naquelas, significados que, nestas, se ocultam; o Teatro Invisível, onde provoca-se a interpretação da ficção na realidade e da realidade na ficção, encenando um conflito em qualquer lugar (praça, supermercado, ônibus, restaurante, etc.) sem que as pessoas presentes tenham consciência de sua condição de espectadores, podendo todos os presentes intervir a qualquer momento na busca de soluções para os problemas tratados; o Teatro Legislativo, que é um conjunto de procedimentos que misturam o Teatro-Fórum e os rituais convencionais de uma Câmara ou Assembléia, com o objetivo de se chegar a projetos de Lei coerentes e viáveis; as Ações Diretas, que consistem em teatralizar manifestações de protesto, marchas de camponeses, procissões laicas, concentrações operárias, comícios de ruas, etc; o Arco-Íris do Desejo, técnicas introspectivas que usam a palavra e, sobretudo, imagens, para teatralizar as opressões introjetadas, objetivando mostrar que elas guardam íntima relação com a vida social; a Estética do Oprimido busca desenvolver, aos que o praticam, a sua capacidade de perceber o mundo através de todas as artes e não apenas do teatro, utilizando a pintura, a poesia, a música, etc.

O Teatro do Oprimido, em toda as suas formas, busca sempre a transformação da sociedade, no sentido da libertação dos oprimidos. É a ação em si mesmo, e é a preparação para ações futuras.

Ele busca não apenas conhecer a realidade, mas transformá-la ao desejo dos oprimidos; como diz Augusto Boal, o Teatro do Oprimido não é a revolução em si, mas é com certeza um ensaio da revolução.




OFICINA DE RÁDIO

O rádio ainda é considerado a mídia de maior alcance e aceitação junto aos denominados segmentos populares da sociedade. Ainda compra-se por um preço razoável um aparelho receptor para a captação das mensagens radiofônicas.

É possível conduzir tal veículo/aparelho para os mais inusitados e diversos espaços geográficos. Ouve-se rádio no automóvel com a mesma simplicidade e leveza no apartamento ou nos espaços denominados rurais.

O esforço de democratização da mídia faz parte de um projeto da sociedade civil organizada em diversas partes do mundo na busca de uma mídia plural, participativa e crítica que venha possibilitar o diálogo amplo e abrangente no âmbito da sociedade.

E assim surgiram no país as Rádios Comunitárias no Brasil surgiram como resultado de uma luta de vários segmentos da sociedade para democratizar a informação e colocá-la a serviço do bem-estar das comunidades espalhadas nas diversas regiões.

O Departamento de Comunicação Social da UEPB tem orgulho de  possui projetos de extensão nesse sentido, de incentivar a produção de verdadeiras rádios e difusoras comunitárias. Os alunos podem praticar fora do componente curricular o processo de comunicação comunitária.

Neste sentido, a I SEMANA DEMOCOM CAMPINA GRANDE, oferece a  oficina básica de Rádio abordará aspectos teóricos e práticos com vistas à produção de conteúdo, treinamento pessoal e incentivo à prestação de serviços comunitários.

Será ministrada pelo Giordani Matias Cardial Ramos (Bacharel em Rádio e TV/UFPB) e graduando em Comunicação Social- Jornalismo pela Universidade Estadual da Paraíba.

Serão desenvolvidas temáticas e atividades como Paisagens Sonoras e estéticas do som (sonoplastia): noções para uma percepção auditiva; Técnica: termologias e elaboração de script, Dicção em rádio: exercícios relacionados à fala além de atividade prática: produção de conteúdo em áudio.   




OFICINA CRIAÇÃO E PRODUÇÃO DE VÍDEOS DE ATÉ 1MIN

Por que vídeos de 1 minuto? Por que 1 minuto? 1 minuto é curto, curta? Para essas e todas outras perguntas eu respondo: 1 minuto pode ser muita coisa.
A comunicação audiovisual pode muito bem acontecer em 60 segundo batidos, até menos eu diria. Até porque se pensarmos bem em quantas coisas acontecem ou começam, nesse tempo, perderíamos perder a conta.
Pensar em vídeos de 1 minuto é provocar comunicação, sobretudo. É perguntar. É responder. E é, também, igual ao valor do processo criativo do Poema, de não fazer nada. O processo criativo da arte, por exemplo, como disse Beth Formagginni “é um salto de olhos vendados num precipício”.
E para a criação acontecer deve-se haver junto o processo de produção, que é todo o suporte para a concretização da ideia, do sentimento do diretor. E nesse casamento de criação e produção, o curta, que nasce, deve-se ser inserido na sociedade, ora através de publicação nesses canais de compartilhamento de vídeos, ora inscrições em festivais que aceitam esse gênero, no Brasil inteiro como o festival do Minuto http://www.minutefestival.com/festivaldominuto/ e o Festival Claro Curtíssima Metragem http://www.minutefestival.com/festivaldominuto/.
Sobre o Ministrante Allan Fernando Dantas de Sena
Graduando em Comunicação Social- Jornalismo na UEPB e Letras na UFCG, Trabalhou em dois longas metragens paraibanos como Assistente de Produção (Onde Borges Tudo Vê de Taciano Valério) e Platô (Tudo que Deus Criou, de André da Costa) e assinou a produção do Documentário Salete Cobra do diretor Ailton Francisco. Foi premiado pelo Comunicurtas 2011 com o troféu Machado Bittencourt de Melhor Roteiro do estalo.

Confira o vídeo premiado http://www.youtube.com/watch?v=XkixbM-W5a8

Se interessou em aprender e fazer seu vídeo também?

Basta se inscrever na oficina no http://www.reporteruniversitario.com.br/


SAIBA MAIS SOBRE AS OFICINAS DA I SEMANA DEMOCOM UEPB E UFCG

Oficina de Animação: PIXILATION

O nome pixilation vem do termo em inglês “pixilate”, que significa “enfeitiçar” e usa seres vivos para produzir as animações.

O pixilation se apropria da fotografia em sequência (stopmotion), para realizar a animação, onde as pessoas reproduzem posições que nunca seriam possíveis na vida real criando essa sensação de estarem  “enfeitiçados”.

Hoje esse estilo virou um hit, tanto entre diretores famosos quanto com pessoas comuns que possuem o hobbie de criar seus filmes e postá-los na internet.

Podemos considerar essa técnica como "fácil", pois não exige um equipamento muito sofisticado, basta ter uma boa ideia, uma câmera e paciência para tirar fotos consecutivas.

Um bom exemplo de pixilation é o videoclipe Her Morning Elegance do músico Oren Lavie, produzido por Yuval & Merav Nathan.


A oficina acontecerá nos dias 05 e 07 de outubro no Departamento de Comunicação Social da UEPB com o Professor João de Lima Neto da UFCG.

Apareçam lá!

I SEMANA DEMOCOM CAMPINA GRANDE Trará ao público mais informações sobre esta nova prática pedagógica


"Educomunicação": Uma nova maneira de ensinar
Lourival Salviano

            A Educomunicação é conhecida por ser a área de junção entre a pedagogia e os meios de comunicação, utilizando como prática de aprendizagem os recursos tecnológicos modernos e/ou técnicas usadas por comunicadores, jornalistas ou pessoas envolvidas com meios comunicativos.
Exemplos vistos atualmente mostram a criação de programas internos de rádio, feitos pelos próprios alunos das escolas, e difundidos no ambiente escolar. Outros exemplos de práticas educomunicativas são a criação de blogs, os projetos de reportagens e entrevistas criados pelos alunos e os softwares de aprendizagem online.
            Tendo em vista o crescimento da visibilidade da educomunicação e seus benefícios à aprendizagem do alunado, várias ONG's e algumas prefeituras desenvolvem programas de práticas educomunicativas que tentam diminuir as diferenças existentes entre professor e aluno no ambiente da sala de aula, e ampliam o acesso à cultura e à informação, expandindo o senso crítico e a criatividade dos discentes. Esta junção entre educação e comunicação começou a ser discutida em meados de 1970, e vem ganhando destaque desde então.

 Em março deste ano, o Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba (DECOM - UEPB) promoveu o I Encontro de Educomunicação, reunindo professores, pesquisadores e estudiosos da área para discutirem de forma ampla esta nova vertente educativa.
            Um novo momento para explanação sobre educomunicação será realizado durante o I SEMANA DEMOCOM CAMPINA GRANDE, que acontecerá nos dias 05, 06 e 07 de Outubro.
A mesa redonda “Democratização e Educomunicação” acontecerá na manhã do dia 05 de Outubro e contará com a mediação da Professora Doutora Robéria Nádia Araújo Nascimento. Os palestrantes Daniele Andrade (UFCG), Sandra Raquew (UFCG) e Rafael Freire, Presidente do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba irão discutir o tema proposto.
            I SEMANA DEMOCOM CAMPINA GRANDE é uma realização dos estudantes dos cursos de Comunicação Social da UEPB e Educomunicação da UFCG.